É necessário aprimorar a qualidade da política

É o momento oportuno para o Brasil considerar a busca por um líder. Alguém capaz de romper o ciclo que gradualmente se solidifica, tendo Lula e Bolsonaro como figuras centrais. Esta polarização, beneficia apenas para esses dois e seus seguidores mais fervorosos, está tornando cada vez mais inviável a implementação das reformas essenciais para o país.

Às vezes, sem que percebamos, a nação se fragmenta, à medida que a radicalização de discursos racistas, sexistas, religiosos e políticos cresce, tornando ainda mais desafiante a realização das reformas solicitadas ao longo de décadas.

Estamos atravessando uma fase delicada. Um período de demagogia, onde, como mencionado por Lula, "o dinheiro bem gasto é o dinheiro investido em obras", como se o Brasil apenas necessitasse de desenvolvimentos físicos que frequentemente beneficiam apenas os aliados, ao invés de uma grande iniciativa política de transformação. Sem artifícios, respeitando as leis e as necessidades e aspirações da população.

Mas, lamentavelmente, estamos distantes disso. Não há, nem de longe, sinais de que uma nova liderança pode emergir no país. Os espaços políticos estão tomados por discussões menores, na disputa por cargos e vantagens orçamentárias.

A população não demonstra preocupação com a qualidade dos que elege, embora fique a reclamar dos políticos, esquecendo-se de que eles são escolhidos por nós, nas urnas. Enquanto não mudar o eleitor, não mudará a qualidade dos politicos.

Não mudando os políticos, não mudamos a gestão pública. Não mudando a gestão pública, não conseguiremos mudar a realidade do país.

Mas não pensem que apenas mudando o presidente, escolhendo alguém com liderança real, daremos jeito no Brasil. Precisamos de aperfeiçoar a qualidade de nossa política a partir da escolha mais consciente de nossos vereadores, prefeitos, deputados e senadores.

São os eleitores que impulsionam a mudança. São os eleitores que elevam um líder. É o líder que transformará o país. No entanto, não devemos eleger líderes frágeis, como temos feito ultimamente.

Adriano Lima, jornalista e empresário l @adrianolimams